segunda-feira, 8 de março de 2010

A Festa de Junette

Foto: Filme "A Festa de Babette"


Na semana passada eu fui convidado para o aniversário de uma colega (e amiga) de sala que mora em Nova Era. Sexta-Feira saí pra comprar o presente que uma conselheira me indicou: bombons. Comprei também um cartão, escrevi uma carta e fiz um tsuru com um papel que eu enchi de ideogramas de paz, amizade, felicidade e amor. É gostoso colocar no meio de presentes comprados um feito pela gente. A pessoa sabe que você dedicou a ela um tempo maior do que o de ir numa loja e escolher algo pronto.

No sábado, vi um amigo na rodoviária. Ele também ia viajar. Prometeu, como sempre, que viria aqui em casa depois que voltasse. Parece que as pessoas sentem culpa por não terem te visitado e, como parte básica da conversação, que começa com “oi” e termina com “tchau”, eles adicionam um “apareço na sua casa depois”. Peguei o ônibus junto a outra amiga e fizemos a viagem cósmica rumo a uma ‘nova era’... pfff. (saudade da Nair). Chegamos, conversamos um pouco, assistimos televisão, comemos Bis, fomos para o quarto, conversamos mais, tomamos banho e aí começou a festa mesmo, que foi só pra família, poucos amigos da cidade dela e a turma da faculdade (pequena, 6 pessoas, e só foram duas).

Tudo começou com um amendoim que eu ainda não tinha comido. Ele tem aquela massinha crocante igual ao do tipo japonês, só que é vermelho e apimentado. Muito, muito bom. Depois, um escondidinho de creme de abóbora com creme branco e carne seca bem desfiada. Mais novidade pra mim, também uma delícia. Aí veio um guacamole, feito basicamente com abacate, limão e sal. Comemos com doritos e estava super bom. Não conhecia. E o churrasco... picanha no ponto, meio mal passada, suculenta, com gordurinha tostada e adocicada... hmmmmm. Carne de porco, dourada por fora, branca por dentro, bem temperada... hmmmmm. Linguiça calabresa, com aquele gosto bom de carne defumada... hmmmmm. Depois desse pesadelo vegetariano, e sonho molhado carnívoro, rsrs, serenata de amor ao redor de um bolo de nozes delicioso, nada de muito doce.

Enquanto estivemos na mesa, histórias sobre o que fulano fez, quanto bebeu, com quem ficou. É legal, apesar de um pouco cansativo, porque são coisas previsíveis, que só mudam de sujeito. Mas são também engraçadas. Ri bastante, e isso me faz bem. Nessas horas eu penso em como desperdiço meu tempo em casa, enquanto tanta coisa acontece lá fora. Quanta gente eu poderia conhecer, mas não conheço. Só que não adianta: quando chega a oportunidade de socializar, eu me lembro de como é chato suportar o papo de várias pessoas até que você encontre um legal. Por isso eu saio com 1 ou 2 amigos no máximo, porque sei o teor da conversa – sim, arrisco pouco.

Depois das conversas da mesa e do bolo, e das odiosas máquinas digitais que acusam que a foto “borrou”, “não pegou fulano”, “ficou escuro”, “minha cara ficou esquisita”, “tenta esconder essa verruga do meu nariz e esconde a minha vassoura”, as pessoas foram dançar (não, eu não quis). Músicas, as do momento. Por isso, Lady Gaga (pfff) na maior altura, dentre outras. Eu entendo que pra situação não rolava Cat Power (de Moon Pix) nem Antony and the Johnsons, rs. Música alta é uma delícia, ainda mais com um bom som. E eu que não gosto muito de dance, estava achando bem legal. Aniversariante dançando de modo engraçado e cantando tudo que tocava, rsrsrs, que gostoso foi ver aquilo!

Saímos da área da festa, viemos para a sala, conversamos, nos despedimos de quem ia embora, fomos para o quarto, conversamos mais, aniversariante já com muito sono e grogue, falando “Não fala mal de Wanessa Camargo porque eu transfiro pra ela...”, “ Isso é locomotiva?...”, e ainda “Ela recebe muitos xingos”. Dormimos (eu em quarto separado). Colchão gostoooso, friozinho leve que fazia à noite... Luz da manhã. Cheiro de pão de queijo subindo as escadas. Escovei os dentes, desci, fui encontrar a dona da casa jogando Pinball no computador antes de terminar uma tábua de frios que fazia por encomenda. Acordara tarde, segundo ela, às 7h. Às 5h é o costume. A aniversariante, lavando copos da festa do dia anterior. A pedido dela, acordei minha amiga dizendo que “Em Nova Era, ninguém dorme até tarde”, rsrsrs. A mesa do café estava pronta, bonita, cheia. Leite, achocolatado, café, bolo de chocolate com castanha, sucrilhos, pão doce com canela, pães de queijo.

Assistimos um pouco de TV (passava The Big Bang Theory e depois Old Christine). Subimos para os quartos, deitamos, conversamos. Tiraram fotos aleatórias. Deletei várias do dia anterior (mua-há-há). Para o almoço, chegaram os parentes que vieram no dia anterior. Fiquei na mesa com eles. Falou-se do casamento dos noivos que estavam lá. Comemos mais amendoim, hmmm, mais picanha, hmmm, mais creme de abóbora, hmmm, e um pouco de batata frita. Já eram 15h quando nos despedimos das pessoas e viemos embora de carona com uma parente da família e as suas duas filhas. Cheguei em casa... pé no chão novamente. Problemas aqui e ali, gente irritada. Berros. Acabaram com a minha noite.