quinta-feira, 14 de julho de 2011

Amém


Desde que eu parei de frequentar a igreja, aos 19 anos, 
meus pecados foram sumindo aos poucos, "milagrosamente".

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A falta de algumas letras "e" fazem toda a diferença.



C’etait un vendredi. Le 23 septembre 1983. A quinze heures. A Paris, au numéro 5 de la rue Jean-Jacques-Rousseau. Dans un studio uniquement meublé d'un lit double. Pas de musique. La lumière d'une bougie. Il avait vingt-trois ans, moi dix-neuf. C’était mon premier amour. Mais il avait choisi Dieu, il m’avait quitté pour entrer dans une secte. Une semaine plus tard, il a garé sa voiture près d’un passage à niveau, et il s’est jeté sous le train. Sous le siège de la voiture, on a retrouvé mes lettres d’amour. Il a été enterré en Haute-Savoie. Sa mère a refusé que j’assiste aux obsèques. Je suis resté enfermé dans ma chambre, seul. Je n’ai jamais autant pleuré que ce jour-là. De seize heures à dix-huit heures, le temps qu’ont duré les funérailles. Puis j’ai allumé une bougie dans un verre, je me suis allongé, endormi. Quand je me suis réveillé, le verre s’était brisé, la bougie était éteinte et j’étais agenouillé. Genoux à terre, avec dans les mains la seule photo que j’aie jamais eue de lui, celle du faire-part de décès. (p. 245)


Foto e texto: CALLE,Sophie. Douleur exquise. Paris: Actes Sud,2003. 
Fonte da Foto: (http://www.christinawilson.net/template/t02.php?menuId=64)

terça-feira, 5 de julho de 2011

A esperança é um urubu pintado de verde


Há poucos dias recebi um e-mail intitulado "Fotos Históricas" que trazia uma série de celebridades e lugares mundialmente ou nacionalmente conhecidos. Elvis Presley no exército, Marilyn Monroe na Playboy, a evolução das garrafas de Coca-Cola, o Corcovado sem o Cristo Redentor, o massacre do Carandiru, etc. Mas a minha foto predileta é uma do John Lennon dando autógrafo ao jovem que, pouco tempo depois, iria assassiná-lo. Ainda não gosto tanto assim de Beatles, e gosto menos ainda de John Lennon em carreira solo, e como não chego a ser fã, não é por tietagem que a foto me chamou a atenção. Aliás, ela é simples, não tem nada de pungente pra mim e, de início, só serve como registro. Ela só ganha importância e deixa de ser só mais uma dentre várias fotos por ter captado o instante em que algoz e vítima estão tão próximos. Não li bem sobre o caso, então não sei se nessa época o rapaz à direita já planejava o crime. Estive aqui tentando encontrar na feição dele algo que denuncie a sua intenção. Mas não vejo nada! Acho que ambos estão enquadrados no domínio do imprevisível. Chego a sentir um pouco de pena daquele que será morto porque eu sei que ele será morto, e ele, na foto, não sabe. Quando se trata da foto, eu tenho consciência de que Lennon morrerá pelas mãos daquele que está logo ali, ao seu lado. Nesse sentido, eu prevejo o futuro, enquanto ele, personagem-protagonista que sofrerá a ação, permanece na inocência e na ignorância. Diferente de Jesus Cristo, que sabia que um de seus apóstolos o trairia, John Lennon estava desprevenido. Em compensação, o autógrafo dado por ele ao fã é como o beijo concedido a Judas.

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P.S. I - Título: Mário Quintana
P.S. II - Ainda volto aqui para falar da semana passada, em que saí em todos os quatro dias de feriado e ainda fui em um show de pagode!